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Princípios da Gestalt na criação de um logótipo

A criação de um logótipo é um passo crucial para o sucesso de uma marca.
Não se trata apenas de um símbolo ou de um conjunto de formas, mas sim da representação visual dos valores, do propósito e da identidade de uma marca. Para criar um logótipo eficaz, o designer deve equilibrar a criatividade, a estética e a funcionalidade, de modo a desenvolver algo que se identifique com o público-alvo e que seja facilmente reconhecível.
Neste processo, os princípios da Gestalt oferecem uma base sólida para a composição visual, assegurando assim que o logótipo seja compreendido de forma rápida e eficiente.

O Que é a Teoria da Gestalt?
A teoria da Gestalt, desenvolvida no início do século XX por psicólogos como Max Wertheimer, surgiu como uma resposta ao estruturalismo de Wilhelm Wundt. A teoria estuda como os seres humanos percebem os padrões e as formas, sugerindo que o cérebro organiza as informações visuais em estruturas coerentes e compreensíveis. No campo do design, a Gestalt é amplamente aplicada para criar composições visualmente claras, harmoniosas e
esteticamente agradáveis.
Os princípios da Gestalt ajudam a compreender como o público interpreta formas, cores e texturas, fornecendo insights valiosos para desenvolver logótipos que captam a atenção e transmitem mensagens de forma eficaz.

Os Princípios da Gestalt no Design de Logótipos

  1. Proximidade:
    Este princípio afirma que elementos próximos entre si são percebidos como pertencentes ao mesmo grupo. No design de logótipos, a proximidade é útil para transmitir unidade e coesão entre diferentes componentes. Por exemplo, ao criar um logótipo com texto e um ícone, a proximidade entre ambos pode
    indicar que fazem parte de uma única identidade visual. Este princípio também pode ser usado para estabelecer hierarquia ou organizar informações de forma eficaz.
    No logótipo da FedEx, o espaçamento entre as letras é ajustado de forma precisa, revelando assim no espaço negativo uma seta que simboliza eficiência e movimento da marca.
  2. Similaridade:
    Elementos com características comuns, como cor, forma ou tamanho, são percebidos como pertencentes do mesmo grupo. Este princípio é essencial no design de logótipos para garantir consistência visual e reforçar a identidade da marca.
    O logótipo da Adidas, com as suas três listras paralelas e uniformemente espaçadas, simbolizam o movimento e o equilíbrio.
  3. Continuidade:
    A continuidade descreve a tendência do olho humano de seguir linhas ou caminhos contínuos. Num logótipo, o uso deste princípio pode guiar o olhar do leitor de forma fluida, criando assim uma experiência visual agradável. O icónico “swoosh” do logótipo da Nike não representa só movimento e velocidade, como também conduz o olhar de uma extremidade à outra, transmitindo dinamismo.
  4. Figura-Fundo:
    O espaço negativo ou a interação entre figura (elemento principal) e fundo (o espaço ao redor), pode ser usado de forma criativa para acrescentar profundidade e significados ocultos ao logótipo. O logótipo da FedEx esconde uma seta no espaço entre as letras “E” e “x”, enquanto o logótipo da Toblerone incorpora a figura de um urso na montanha, representando Berna, a cidade natal da marca.
  5. Enclausuramento:
    Este princípio refere-se à capacidade do cérebro humano de completar formas incompletas. Logótipos que utilizam linhas ou formas parcialmente desenhadas captam a atenção e envolvem o observador, convidando-o a preencher as lacunas mentalmente. O logótipo do World Wildlife Fund (WWF), com a figura de um panda desenhada com linhas incompletas, transmite simplicidade e eficácia.
  6. Pregnância:
    A pregnância, ou simplicidade, destaca que formas simples e organizadas são mais fáceis de perceber e lembrar. No design de logótipos, este é um dos princípios mais importantes, garantindo que o logótipo seja eficaz em diferentes contextos e tamanhos. O logótipo da Apple é um modelo de pregnância: com uma forma limpa e minimalista, é imediatamente reconhecível em qualquer aplicação.

O Processo de Construção de um Logótipo com a Gestalt
O processo de criação de um logótipo baseado na Gestalt segue várias etapas bem definidas. Primeiramente, é crucial compreender a marca, explorando os seus valores, missão e público-alvo, estabelecendo assim uma base conceptual sólida. Em seguida, realiza-se a pesquisa e recolha de inspiração, analisando as tendências e casos de estudo para identificar os princípios da Gestalt mais apropriados.
Depois, o designer avança para a fase de esboços e prototipagem, experimentando formas, composições e elementos visuais. Uma vez criado o design inicial, entra-se na fase de simplificação, onde o foco está em refinar o logótipo, removendo detalhes desnecessários e maximizando a sua clareza e pregnância.
Antes da conclusão, o logótipo é testado em diferentes aplicações e tamanhos, como materiais digitais e impressos, para garantir a sua funcionalidade e versatilidade. Após os ajustes necessários, o logótipo é finalizado e entregue em formatos adequados para o uso em várias plataformas.

Conclusão
Os princípios da Gestalt proporcionam uma base poderosa para o design de logótipos eficazes e impactantes. A sua aplicação garante que o logótipo não só capte a atenção, mas também comunique a essência da marca de forma clara e memorável. Com uma abordagem mais estratégica e criativa, é possível criar designs que transcendem as tendências atuais.

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